O novo mapa da dengue divulgado,
mostra que 340 município brasileiros estão em situação de risco para ocorrência
de epidemia da doença. Na Bahia, 11 cidades apresentam risco de epidemia. Entre
elas: Serrinha, Valente, Araci, Monte Santo, Jacobina, Candeias, Campo Formoso,
Candeal, Conceição do Coité e Cafarnaum. O número pode aumentar, já que cerca
de 32 municípios incluindo Salvador e Feira de Santana, estão em alerta. O
Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), divulgado nesta
quinta-feira (12) pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, revela ainda que
outras 627 cidades apresentam índice satisfatório.
Veja a Tabela:
Municípios IIP%
Araci 2,8
Barreiras 0,8
Belmonte 2,0
Bom Jesus da Lapa 1,2
Cafarnaum 6,6
Camaçari 4,5
Campo Formoso 7,5
Canápolis 0,4
Candeal 5,5
Candeias 6,3
Casa Nova 0,6
Conceição do Coité 2,1
Correntina 0,0
Cruz das Almas 0,8
Dias d’Ávila 1,7
Eunápolis 1,4
Feira de Santana 1,5
Gandu 3,1
Guanambi 4,8
Guaratinga 2,1
Ibititá 1,7
Ipirá 3,4
Ipupiara 3,9
Irará 0,2
Irecê 0,3
Itabela 3,9
Itaberaba 2,9
Itabuna 17,8
Itaetê 2,8
Itagimirim 2,9
Itaparica 0,0
Itapebi 0,0
Itapetinga 1,0
Itiruçu 0,6
Jacobina 5,5
Jequié 6,3
Juazeiro 1,0
Lauro de Freitas 2,0
Macajuba 0,8
Madre de Deus 0,2
Marcionílio Souza 1,4
Monte Santo 6,3
Muritiba 2,1
Nordestina 1,1
Pintadas 1,1
Planaltino 1,9
Porto Seguro 1,1
Salvador 2,2
Santa Cruz de Cabrália 2,2
Santa Rita de Cássia 0,2
Santo Amaro 5,4
Santo Antonio de Jesus 0,1
São Gabriel 3,8
São Sebastião do Passé 1,6
Seabra 2,2
Sebastião Laranjeiras 3,3
Serrinha 2,2
Serrolândia 1,2
Simões Filho 1,9
Souto Soares 0,4
Teixeira de Freitas 2,7
Terra Nova 3,6
Uibaí 3,6
Valença 3,2
Valente 10,6
Vera Cruz 3,1
O LIRA é considerado um
instrumento fundamental para orientar as ações de controle da dengue e
chikungunya. O levantamento identifica os bairros onde estão concentrados os
focos de reprodução do mosquito transmissor das doenças e os tipos de
recipientes com água parada, que servem de criadouros mais comuns.
No total, 1.844 municípios
brasileiros realizaram o levantamento, entre janeiro e fevereiro deste ano, um
aumento de 26,38% em relação aos participantes de 2014. No ano passado, 1.459
municípios fizeram a pesquisa no mesmo período do ano.
A pesquisa proporciona informação
qualificada para atuação das prefeituras nas ações de prevenção e controle,
permitindo a mobilização de outros setores, além das secretarias de saúde, como
os serviços de limpeza urbana e abastecimento de água.
O índice utilizado no LIRAa leva
em consideração a percentagem de casas visitadas com larvas do mosquito Aedes
aegypti. Os municípios classificados como de risco apresentam larvas do
mosquito em mais de 3,9% dos imóveis pesquisados. É considerado estado de
alerta quando menos de 3,9% dos imóveis pesquisados têm larvas do mosquito; e
satisfatório quando o índice está abaixo de 1% de residências com larvas do
mosquito.
Durante a coletiva de
apresentação do novo LIRAa, o Ministro da Saude, Arthur Chioro, destacou que o
aumento de municípios participantes mostra que o estudo está se consolidando
como ferramenta importante de combate à dengue. “Tão importante quanto fazer o
LIRAa, é seguir as informações apresentadas pelo levantamento para corrigir os
problemas”, alertou Chioro. Ele ressaltou que o combate à dengue deve ser feito
com o fortalecimento da prevenção, medida que conta com o envolvimento da
população e das prefeituras.
Segundo o ministro, 15 minutos
são suficientes para que as famílias façam uma vistoria em casa e elimine
qualquer situação que possa acumular água parada, servindo de criadouro do
mosquito. “São medidas simples, como tampar caixas-d’água, retirar pratos de
vasos de plantas, limpar calhas, lavar vasilha de água de animais, entre outros
recipientes de estocagem de água”.
Alerta – Pelo levantamento,
Cuiabá (MT) é a única capital em situação de risco. São 18 as capitais que apresentaram
índice de alerta – Aracajú (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Campo Grande
(MS), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM),
Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro
(RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES). Estão em
situação satisfatória João Pessoa (PB), Teresina (PI) e Brasília (DF). Já as
capitais Boa Vista (RR), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Natal (RN) e Rio
Branco (AC) não apresentaram ao Ministério da Saúde os resultados do LIRAa. A
região Nordeste concentra a maioria dos municípios com índices de risco de
epidemia de dengue (171); seguido do Sudeste (54); Sul (52); Norte (46); e
Centro-Oeste (17).
Depósito predominante – Além de
ajudar os gestores a identificar os bairros em que há mais focos de reprodução
do mosquito, o LIRAa também aponta o perfil destes criadouros. Os focos podem
estar em formas de armazenamento de água, em caixa d’água; no lixo que não está
sendo manejado adequadamente; e em depósitos domiciliares, como vasos de
plantas.
Esse panorama varia entre as
regiões. Enquanto nas regiões Sul, Norte e Centro-Oeste, a maioria dos focos
está no lixo, no Nordeste o armazenamento de água é a principal fonte de
preocupação. Já no Sudeste, a maioria dos focos foi encontrado nos depósitos
domiciliares.
Balanço – O Ministério da Saúde
registrou, até 7 de março, 224,1 mil casos de dengue no país. O aumento é de
162%, comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 85,4
mil casos. Na comparação com 2013, houve redução de 47%, ano em que foi
registrado 425,1 mil casos da doença. Embora tenha ocorrido aumento de casos na
comparação do período, o número de óbitos caiu 32%, passando de 76 mortes, em
2014, para 52, neste ano. Também houve redução de 9,7% nos registros de casos
graves.
Em 2015, foram confirmados 102
casos de dengue grave, contra 113 em 2014. O Ministério registrou 913 casos
confirmados de dengue com sinais de alarme. O estado do Acre apresenta a maior
incidência de dengue, com 695,4 casos por 100 mil habitantes, seguido por
Goiás, com 401 casos por 100 mil habitantes, e São Paulo, com incidência de 281
casos por 100 mil habitantes. Vale ressaltar que o período de maior transmissão
da dengue no ano vai de março a maio, o que reforça a importância do uso do
LIRAa para direcionar as ações de controle da dengue.
Chikungunya – O Ministério da
Saúde registrou 1.049 casos autóctones confirmados de febre chikungunya, até 7
de março, sendo 459 na Bahia e 590 no Amapá. Em 2014, foram confirmados 2.773
casos autóctones da doença, ou seja, de pessoas sem registro de viagem para
países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela e
Ilhas do Caribe. Os casos foram registrados nos estados do Amapá, Bahia, Distrito
Federal, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Roraima. Entre 2014 e 2015, foram
confirmados 100 casos importados da doença, de pessoas que viajaram para estes
países.
Redação Portal Cleriston Silva
PCS
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